SAFs podem captar dinheiro via IPO, fundos, debêntures-fut e crowdfunding

A CVM publicou nesta segunda-feira um parecer com orientações para as SAFs (sociedades anônimas de futebol) acessarem o mercado de capitais. Entre as possibilidades para clubes com esse modelo de gestão captarem recursos estão IPOs, debêntures-fut, crowdfunding de investimento, fundos de investimento e securitização.

Hoje, seis dos vinte clubes da série A do Campeonato Brasileiro são SAFs: Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Cuiabá, Red Bull Bragantino e Vasco.

Há uma série de vedações no documento da CVM. Uma delas, para enfrentar possíveis conflitos de interesse, impede investidores que detiverem ações em mais de uma SAF, com ao menos 10% do capital votante de alguma delas, de exercer direito a voz ou voto nas assembleias gerais dessas empresas.

"Independentemente do mecanismo utilizado pela SAF para apelo à poupança popular, um aspecto a ser ressaltado em ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários por ela emitidos é seu potencial único de, a um só tempo, reunir o interesse de (i) investidores do mercado de capitais com diferentes perfis e níveis de conhecimento e (ii) torcedores, que eventualmente poderão deixar-se influenciar pela paixão por seu time de coração – afastando a racionalidade da tomada de decisão de investimento", alerta a autarquia.

Devido a esse elemento passional, a CVM orienta as SAFs a sempre descrever os fatores de risco das ofertas e dos emissores em linguagem "clara, concisa, objetiva e balanceada na ênfase a informações positivas e negativas, de modo a auxiliar investidores a formar criteriosamente sua decisão de investimento".

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